“O nome do nosso município é conhecido na região e em vários lugares do país pela forma como decidiu cuidar do sofrimento emocional de sua População. Embuídos do espírito humanista trazido pela Carta Magna e os ventos da abertura democrática, Alegrete se tornou pioneiro na discussão e implantação de lugares de cuidado que se tornaram modelo para outros municípios e regiões. Quando coloca o ser humano em sofrimento como o centro do cuidado, Alegrete possui uma estrutura de serviços na saúde mental que em poucos lugares do Brasil se vê. O primeiro deles foi fundado em 18 de julho de 1989”, enfatizou a psicóloga Nádia Gindri Miletto, diretora do Sistema Mental do Município.
Em seu relato a reportagem ao Jornal EXPRESSO MINUANO , ela faz um histórico do trabalho que vem sendo realizado dentro deste Sistema. Segundo ela “o então Serviço de Atenção Integral a Saúde Mental de Alegrete, funcionou dentro da 10ª a Coordenadoria Regional de Saúde – CRS/RS, pois começou como um serviço local, mas com características regionais.
Em 2003 este Serviço de Saúde Mental foi habilitado pelo Ministério da Saúde e passou a se chamar CAPS ll- Centro de Atenção Psicossocial para Adultos. Hoje já caminha para seus 32 anos”, salienta a psicóloga.
Logo a complexidade de ações e públicos aumentou e se fez necessário um CAPS somente para os dependentes químicos, o CAPS AD.
Agora se estuda a transformação deste CAPS em 24 hs, bem como se trabalha para implementar uma Unidade de Acolhimento de Adultos na sede rural no Durasnal.
Este trabalho está bem adiantado pela necessidade do crescimento da demanda, sendo uma das prioridade do atual Governo Municipal, enfatiza Nádia Miletto.
Segundo ela “da mesma forma em que surgiu o CAPS I, ou CAPSINHO como é conhecido, atendendo crianças, adolescentes até a idade de 18 anos.
Concomitante, se fez necessário implementar um serviço de acolhimento aos adultos com doenças mentais quando foi criado o Serviço Residencial Terapêutico, batizado pelo então prefeito José Rubens Pillar, de Glorialdo Marques da Silva, numa alusão aos relevantes serviços prestados por este Cidadão junto a comunidade em vida.
Este serviço funciona na antiga SANA e abriga mais de vinte pessoas com problemas psíquicos graves, além do abandono familiar. Este serviço está habilitado pelo Ministério da Saúde, e recebendo R$ 22 mil por mês para sua manutenção.
Também compõe o Sistema de Saúde Mental um projeto de Promoção de Auto Estima que já se chamou “Maluco & Beleza” quando foi criado em outra gestão. Com os 30 anos da saúde mental e a colocação das PICS, passou a se chamar “De Qorpo & Alma” em homenagem ao patrono da Saúde Mental Qorpo Santo.
Este Projeto possui uma Unidade Móvel que tem um salão de beleza e um Centro de Cuidados no antigo postinho do Passo Novo, onde se desenvolve também, o projeto de “Resignificação Existencial dos Trabalhadores Rurais, através da Psicanálise Humanista tendo a parceria da Emater, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alegrete, entre outras entidades, destacou a Diretora Geral da Saúde Mental de Alegrete, Nádia Miletto.
ONG
Desde 2014 a Aufamisma-Associação do Usuários, Familiares e Militantes da Saúde Mental de Alegrete, criou o Projeto FLUIR Alegrete, integrando terapeutas voluntários que promovem e popularizaram as PICS. No ano de 2019, foi aprovada a Lei Municipal da Política de Práticas Integrativas e Educação Popular em Saúde que, agora, espera que logo a Pandemia dê tréguas para ser implementada em toda a rede pública de saúde.
No ano de 2019, de presente no 30 anos da Saúde Mental de Alegrete, o prefeito municipal, Márcio Amaral, autorizou a fundação do SAMU Mental 24 hs, que funciona nos moldes do SAMU, porém tendo regulação própria, que é um serviço de atendimento pré-Hospitalar de Urgência e Emergência Psiquiátrica, atendendo na grande maioria, pessoas em muito sofrimento psíquico, ressaltou a dirigente. Este plantão tem salvado muitas vidas, desde seu funcionamento integral. Este sistema só existe em Brasília e Alegrete, única do interior do país.
Além do plantão SAMU Mental 24 hs, a Saúde Mental de Alegrete tem mantido e ampliado. O terceiro Turno da Saúde Mental, momento de atendimento multidisciplinar as crises.
Assim, Alegrete segue pensando e avançando mesmo na pandemia, concluiu a dirigente Nádia Miletto.