Uma nota de profundo pesar assinada pelo jornalista e Presidente da Confraria “Unidos Por Alegrete”, Maurício Goldemberg, os alegretenses foram surpreendidos oficialmente pela passagem terrestre do integrante da Confraria, Milton Araújo. Dizia o comunicado oficial “Com pesar a Confraria "Unidos por Alegrete" ,registra o falecimento, na tarde de hoje (28/11/20220) , no Hospital de CLINICAS de Porto Alegre, onde estava hospitalizado o senhor Milton Araújo , nosso ilustre companheiro e um dos fundadores de nossa Confraria.
Figura de destaque no meio empresarial, onde foi Presidente da então ACIAS, do Centro Empresarial de Alegrete, Clube de Diretores Lojistas e integrante da Federasul, da F CDLs dentre tantas entidades. Num dos governos Pillar ,ocupou a Secretária de Meio Ambiente. Atualmente, ocupava a Presidência da Diretoria Provedora da Santa Casa de Caridade de Alegrete. O corpo de nosso destacado conterrâneo será trasladado ao Alegrete, sua cidade Natal, onde será sepultado. A Confraria “Unidos por Alegrete” por seus membros irmana-se aos seus familiares em seu profundo sentimento de pesar, pela irreparável perda”.
Milton Araújo: Um homem que gostava de desafios
Data de 28 de novembro de 2020, Alegrete perdeu um ser humano de uma biografia muito rica em atividades empresariais e sociais. Aos 75 anos, veio a falecer após 100 dias em tratamento em Porto Alegre, o alegretense, empresário e atual Provedor da santa Casa, Milton Araújo. Ele estava hospitalizado há três meses e realizava um tratamento contra um câncer, após uma parada cardíaca que não resistiu.
Cimara Cardoso Araújo, disse que o pai era transplantado renal e com isso, tinha imunidade baixa, o que pode ser um dos fatores a contribuir para o câncer de pele. Desde que foi diagnosticado, Milton realizou algumas cirurgias aqui na cidade e chegou a fazer radioterapia em Uruguaiana. No habitual acompanhamento na Santa Casa em Porto Alegre, no dia 19 de setembro ao fazer uma consulta já houve a indicação de internação e cirurgia.
A filha descreve que, mesmo delicada, a cirurgia foi um sucesso. Removeu alguns tecidos, mas já havia realizado o enxerto e a previsão era de dois dias na UTI, para ver se teria alguma rejeição. “Para nossa surpresa, ele ficou intubado e inconsciente por 19 dias. Neste período teve pneumonia e uma infecção no sangue, mas muito valente se recuperou e mesmo com debilidade foi para o quarto. Três dias depois, novas complicações e retornou para UTI, onde ficou mais uma semana. Depois deste período, foi para o quarto e há mais de um mês estávamos trabalhando no processo de reabilitação, para que ele pudesse dar alta. Entretanto, mais alguns imprevistos, em razão de ficar muito tempo acamado o que gerou uma infecção pulmonar e progrediu para infecção generalizada. O pai foi novamente para a UTI, ele lutou muito, foi muito forte e guerreiro, mas não resistiu a uma parada cardiorrespiratória. Estamos com o coração partido, ele sempre foi um exemplo de pai, companheiro e um ser humano ímpar”- destacou.
Cimara comenta que o pai somente se afastou de Alegrete e de todo trabalho que realizou em prol da comunidade, quando foi cuidar da esposa Maria Suzana Cardos Araújo, que faleceu há dois anos em decorrência de um câncer. Milton ficou três meses dedicado a cuidá-la. “O pai foi uma pessoa muito digna, forte, perseverante e lutador. Ele começou de forma muito humilde, vendia bebida em uma bicicleta e, aos poucos conquistou o seu espaço ao lado da nossa mãe que era costureira. Ele trabalhou muito e venceu”- falou.
Como a filha mesma descreveu, Milton Araújo deixa um grande legado, ele era um exemplo de pai, companheiro, um grande conselheiro e uma pessoa extremamente correta. Sempre pensou na comunidade e no último desafio como Provedor da Santa Casa, assumiu pensando em fazer um trabalho com muita transparência, onde os recursos fossem aplicados nos setores que mais necessitassem ” – completou.
Com trajetória marcada por muitas realizações em prol da cidade, sempre muito atuante, em maio deste ano, Milton Araujo foi eleito por unanimidade como Provedor da Santa Casa de Alegrete. De início, ele já tinha inúmeros projetos e ações positivas e propositivas para o hospital. À época em uma entrevista ao PAT, Milton que estava com 74 anos, disse que assumiu o desafio em plena pandemia, com senso de humildade e responsabilidade destacando o excelente grupo que trabalhava em todos os setores do Hospital. “Quem atua na equipe da provedoria não recebe para trabalhar, é um serviço de dedicação. A Santa Casa é um patrimônio da saúde de Alegrete, da região e do Estado” – destacou.
Ele deixa quatro filhos Jesus Araújo, Lucielli Araújo, Possidônio Araújo Neto e Cimara Cardoso Araújo, assim como, cinco netos: Maria Clara, Eduardo, Julia, Guilherme, Maria Eduarda.
O presidente do Centro Empresarial de Alegrete, Francisco César Pedroso, emitiu uma nota em nome da classe empresarial em que destaca: “O empresário que ora nos deixa, foi responsável pela transformação da entidade maior do empresário alegretense em Centro Empresarial. Seus feitos constituem um marco no desenvolvimento deste Município e seu protagonismo é um legado para todos que acreditam em um Alegrete pujante e desenvolvido”- diz parte da nota.
Obrigado, Milton Araújo, escreveu Alair Almeida!
O setor empresarial sente a perda de seu timoneiro, Milton Araújo que nos deixou há poucos dias. A cidade perdeu uma de suas lideranças. O Milton foi um empresário que tocou suas empresas mas nunca deixou de trabalhar em prol do desenvolvimento de Alegrete. Lembro dele, nos longínquos tempos da Unisul de Bebidas e seus sonhos de transformação da então Associação Comercial , que a presidiu por cinco gestões, em um centro empresarial. Seu papel nessa mudança foi importante. Milton era um obstinado pelo sonho de desenvolvimento do município. Nas reuniões que comandou, quando o assunto era debater a cidade, Milton queria resolutividade. E tinha seus bordões que ficaram marcados nos grupos de debates. “Vamos objetivar”, dizia com ênfase e frequência. Ao final de uma reunião, sempre em suas declarações, Milton Araújo costumava repetir: “É por aí o caminho”, como a indicar os atalhos para se chegar a objetivos concretos.
Milton gostava de uma pescaria, de reunir-se com os amigos, de discutir a cidade. Ultimamente, envolvera-se nas comemorações do centenário da ACIAS/CEA, sendo uma opinião sempre considerada nas rodas de discussões sobre o evento. Emprestou seu trabalho em favor da causa comunitária , assumindo a provedoria da Santa Casa, liderando um novo grupo de abnegados. Milton planejava abrir o Hospital para a comunidade, através de um projeto de divulgação da Irmandade e seus serviços à população. Mas não chegou a ver concretizado esse objetivo que certamente está sendo tocado pelo grupo dirigente daquela casa de saúde. Tinha uma atenção especial pela imprensa da cidade, sempre solícito em todas as vezes que foi chamado para entrevistas. No ano de 1992, quando do surgimento do Centro Empresarial, recebemos uma distinção especial de reconhecimento do Centro Empresarial na gestão de Milton Araújo. Alegrete perdeu um líder, defensor do empreendedorismo, da gestão empresarial.
Registros para eternidade: A Revista dos Cem Anos
Ele não pode manusear a Revista impressa alusiva aos 100 Anos da ACIAS/ Centro Empresarial do qual ambos foi integrante assíduo e defensor. A publicação de uma revista ilustrada sobre os 100 anos da Associação Comercial e Industrial de Alegrete/Centro Empresarial constava dos eventos alusivos ao centenário. Neste dai 28 de novembro, o dia que Milton Araújo resolveu seguir sua viagem da eternidade junto a Deus, saiu a edição ilustrada, documento histórico de uma caminhada de transformação não somente do setor empresarial mas da própria cidade. “São cem anos de história, mas também é um século de trabalho, de parceria com as entidades representativas de nosso Município, caminhando lado a lado com o ideal de um Alegrete melhor, mais desenvolvido e mais feliz”, prefaciou o presidente Francisco Pedroso, do Centro Empresarial.
A publicação é da Minuano Comunicação, Assessoria e Representação Comercial Ltda com editoria geral de Nilson Gomes, sem dúvidas é mais um marco de um legado de dedicação, trabalho e comprometimento de quem desde 1988, está integrado ao processo de desenvolvimento sócio econômico Alegrete e em defesa da livre iniciativa.
Porém, este documentário traz muito de quem foi este timoneiro nas mais diferentes frentes de atuação e ações deste alegretense que, sonhou e muito lutou na construção de um mundo melhor.
Colaboração nesta homenagem póstuma: Confraria “Unidos por Alegrete”, jornalista Maurício Goldemberg; Jornalista Flaviane Favero, Portal Alegrete Tudo e Alair de Oliveira Almeida.
Fotos: Arquivo do EXPRESSO MINUANO